Em tempo recorde, Alerj e Castro aprovam ‘emendas Pix’, sem critérios de transparência estabelecidos pelo STF

Deputados fizeram votação simbólica, sem nenhuma divergência, que não durou nem 15 segundos.

Deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovaram e o governador Claúdio Castro sancionou as emendas PIX no estado. A votação foi simbólica e não durou nem 15 segundos, sem objeções de nenhum parlamentar.

O instrumento ficou conhecido em Brasília como Orçamento Secreto. Nesse modelo, o parlamentar pode transferir o dinheiro diretamente para uma conta de um município, sem transparência.

Em Brasília, só era possível saber quem mandou o dinheiro e para qual cidade, mas não o que foi feito com a verba pública. O descontrole foi interrompido no dia 1º de agosto, e as emendas a que tinham direito os deputados federais e senadores foram suspensas pelo ministro do STF, Flávio Dino.

A intenção, segundo ele, é impedir que aconteçam irregularidades. Mas, o modelo sob suspeitas usado em Brasília foi replicado no Rio de Janeiro. Aprovada em junho, passa a valer no orçamento de 2025.

Especialistas apontam que a nova lei é uma ameaça de mau uso de recursos públicos. Uma fatia do orçamento vai ser separada para as emendas, a partir da receita de impostos do estado. Esse ano, por exemplo, equivale a R$ 76 milhões.

Pela nova lei, os recursos vão ser distribuídos igualmente para os deputados. O texto determina que seja identificado o parlamentar que destinou o recurso, o número da emenda, o órgão que vai executar o pagamento e a cidade que vai receber. Mas o município que ganhar a emenda só precisa informar como vai aplicar o dinheiro quando demandado pelos poderes executivo e legislativo.

Na semana passada, o STF anunciou que as emendas serão mantidas, mas com uma série de correções: com transparência, rastreabilidade, controle do Tribunal de Contas da União e divulgação das informações em um site.

Procurado, o governo do RJ disse que trabalha no aprimoramento dos processos de divulgação das emendas impositivas, visando sempre a transparência e que a modalidade tem esse nome apenas porque prevê repasse direto para outro ente – no caso, os municípios. Mas que seguirá o mesmo processo das emendas de execução direta: com identificação do autor e destinatário da emenda, além do acompanhamento do repasse pelo governo.

O governo disse ainda que a execução das transferências especiais será de responsabilidade dos municípios, que devem seguir as regras de transparência previstas por lei.

O presidente da Alerj não respondeu aos questionamentos da equipe de reportagem

Fonte: g1

Compartilhar

WhatsApp
Facebook
Telegram
Email

Deixe um comentário

Theo Vieira
Pós graduado em História do Brasil pela Universidade Candido Mendes e Graduado em Comunicação Social, com habilitação para Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida. Atua como jornalista e apresentador dos programas “Super Manhã” de Segunda a Sexta das 5h às 07h e o “Sabadão da Nossa Rádio”, todos os Sábados de 09h ao meio dia, pela Nossa Rádio FM.