O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, afirmou na manhã desta segunda-feira (9) que a expansão do Comando Vermelho pelo Brasil contribuiu para que o Rio de Janeiro se tornasse cada vez mais refúgio de criminosos de outros estados.
“A gente tem que considerar a expansão do Comando Vermelho, que se transformou em uma organização criminosa nacional. O Comando Vermelho está hoje em 21 estados da federação. Essa expansão acabou fazendo isso: lideranças constituídas em outros estados, que fez com que o crime tivesse essa integração entre vários estados”, afirmou o secretário.
A declaração aconteceu durante o anúncio do plano operacional de segurança para o Rock in Rio e é uma resposta a fala de Vinícius Almeida, secretário de segurança pública do Amazonas. Em entrevista ao Jornal O Globo, ele afirmou que 5 das 13 principais chefias do Comando Vermelho no estado estavam escondidas no Complexo da Maré, na Zona Norte da capital fluminense, e que, de lá, eles dão ordens para os bandidos do estado.
“É como se fosse um home-office”, afirmou o secretário do Amazonas.
Victor Santos pontuou que o Rio de Janeiro é um dos menores estados em dimensões territoriais, mas um dos mais populosos.
“Essa densidade demográfica e a quantidade de favelas que existem no Rio de Janeiro, são mais de 1,7 mil favelas, onde a desordem urbana facilita os criminosos se esconderem, isso é um atrativo. Toda a infraestrutura de comunicação e ser o 2º maior PIB do país”, disse Victor Santos.
Integração
O secretário destacou a necessidade de integração entre as forças de segurança das unidades da federação.
“As inteligências se falam em todo o Brasil. Existe uma reunião, pelo menos mensal, em que nos falamos. Quando temos a informação de que ele está vindo, que ele vem para o Rio de Janeiro, isso facilita interceptá-lo. Mas quando ele está aqui, a dificuldade é muito maior”, disse.
Victor Santos destacou que a busca por chefes do crime de outros estados é mais difícil quando os bandidos conseguem chegar ao interior das comunidades.
“O criminoso, dentro da comunidade, tem muita facilidade em se esconder em prédios, casas. E até a polícia conseguir chegar ao local onde ele se escondia, ele já consegue ir para outro lugar”, finalizou.
Fonte: g1