A cidade de Cabo Frio (RJ), comandada pela prefeita amiga Magdala Furtado (PV, foto), utilizou 55,4 milhões de reais destinados a tratamentos oncológicos e cardiológicos para o pagamento de salários, publicou o Uol.
Liberados pelo Ministério da Saúde, sem análise técnica, em dezembro de 2023, os recursos deveriam ser usados para o financiamento de tratamentos cardiológicos, oncológicos, ortopedia, colostomia, diabete, hipertensão e exames radiológicos.
O montante, no entanto, foi gasto na compra de aventais, curativos e no pagamento integral da folha do pessoal da saúde de Cabo Frio.
Máquina pública inchada em Cabo Frio
Segundo o portal, a prefeitura de Cabo Frio, já sob a gestão de Magdala, inchou a área da saúde com cargos comissionados, ou seja, sem concurso público.
Com isso, o quadro de funcionários da saúde do município saltou de 4.453 pessoas em junho de 2023 para 4.814 em 2024.
As regras do Ministério da Saúde determinam que o dinheiro só poderia ter sido usado para pagar os 399 funcionários que atuam em exames e cirurgias de média e alta complexidades.
Compra milionária de curativos
Parte da verba liberada pelo governo federal também foi destinada para a compra de curativos.
Para a aquisição de 240 mil gazes e 10.800 curativos, o município de Cabo Frio empenhou 20,4 milhões de reais.
Ao Uol, a prefeitura justificou a compra do material hospitalar dizendo que existem “132 pacientes em tratamento de pele e feridas”.
O repasse para Cabo Frio
O repasse de 55,4 milhões de reais do Ministério da Saúde para a Cabo Frio foi realizado dez dias após um encontro de Magdala Furtado com a ministra Nísia Trindade e 21 depois de a prefeita nomear como seu secretário de Saúde o filho da ministra, Márcio Lima Sampaio.
A portaria, contudo, autorizava o envio de apenas 4,6 milhões de reais, 51 milhões de reais a menos do que foi enviado pelo governo federal.
