Iguaba Grande compra quase meio milhão de fraldas custando mais de R$ 1 milhão de reais para atender 6.615 idosos

Parece que nem tudo que reluz é ouro e o castelo de areia do Prefeito Vantoil do município de Iguaba Grande começa a cair ou as ‘ merdas’ literalmente começam a aparecer, ainda mais com essa quantidade de fraldas geriátricas. 

Iguaba Grande começa a ficar famosa  por motivos mais pitorescos e já é um dos municípios do Rio de Janeiro que mais acumula escândalos. Segundo informações, acaba de ser aberta uma denúncia no Ministério Público de Araruama, que responde pela região, sobre uma compra suspeita de fraldas geriátricas pela  prefeitura local.

Para dar conta das necessidades de seus 6.615 idosos, ela comprou, entre 2022 e 2023, segundo denúncia, quase meio milhão de fraldas.

Pelo contrato firmado com a Mamedico Cirúrgico, uma empresa  que também comercializa peças automotivas e presta serviços de aluguel de carros, foram adquiridas 427.500 unidades de fralda, a maior parte tamanho G. 

Isso representa 15 vezes o número de moradores de Iguaba Grande. Se for considerada apenas a população acima dos 60 anos (6.615 pessoas), público da farra das fraldas, a quantidade de unidades compradas é quase 65 vezes maior. O gasto foi de R$ 1.005.250,00 segundo informações.

O presidente do PSB da cidade, Carlos Roberto Ribeiro, que deu entrada no pedido de investigação no MP local,  quer  saber também por que, além da quantidade enorme de fraldas geriátricas, a Prefeitura pagou com sobrepreço pelos modelos, todos da marca Alfasoft.

 Por cada pacote de fraldas tamanho G, com 8 unidades cada, foram desembolsados R$ 18,30. No mercado, o mesmo produto sai, a preços de 2024, a R$ 11,20.

Este não é o único escândalo na área da Saúde que tem chamado a atenção dos moradores de Iguaba Grande e do Rio. Recentemente, outra licitação, desta vez de gaze e curativos, também teve indícios de superfaturamento, com produtos que saem a R$ 10 sendo adquiridos por oito vezes mais. Outro problema que tem afetado a população diz respeito à UPA da cidade. Em 2023, foi anunciada uma reforma da unidade, que foi fechada. O atendimento passou a ser feito numa UPA feita de contêineres. A obra da UPA original, orçada em R$ 2,4 milhões, não saiu do papel e até hoje os médicos recebem pacientes na UPA de latão. E, pior: a prefeitura realizou novo contrato, com outra empresa, para começar a mesma obra. A diferença? O valor de 2,4 milhões saltou para R$ 4,2 milhões em apenas um ano, pelo mesmo serviço. 

O caso já chegou à Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Rio, que promete investigar.

Em abril, uma jovem morreu após ter sido atendida e mandada para casa quatro vezes. A família acusa os médicos de negligência e diz que a cidade não tem capacidade para atender nenhum caso de emergência. Em outras áreas, a situação também é crítica. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) já está de olho nas irregularidades cometidas pelo prefeito Vantoil Martins e  acaba de determinar a suspensão de um contrato de R$ 2,2 milhões, firmado com a Pavipremo, para auxiliar na manutenção da iluminação da cidade.

 A conselheira-relatora do TCE, Marianna M. Willeman, enxergou indícios de irregularidades no pregão que escolheu a empresa. No mês passado, o tribunal também barrou outra farra com o dinheiro dos contribuintes e suspendeu o contrato para destinação final do entulho e restos de poda realizados na cidade. O município pretendia pagar R$ 6,25 milhões pelo serviço, mas não informou qual seria o valor por metro cúbico, como foi feita a composição de custo, nem publicou as informações no Portal da Transparência.

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Theo Vieira
Pós graduado em História do Brasil pela Universidade Candido Mendes e Graduado em Comunicação Social, com habilitação para Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida. Atua como jornalista e apresentador dos programas “Super Manhã” de Segunda a Sexta das 5h às 07h e o “Sabadão da Nossa Rádio”, todos os Sábados de 09h ao meio dia, pela Nossa Rádio 88,7 fm.